Se você sofre de enxaqueca, sabe o quão incapacitante ela pode ser. A enxaqueca é uma condição neurológica comum, caracterizada por dores de cabeça intensas, náuseas, vômitos e hipersensibilidade a estímulos visuais, auditivos e olfativos. Estima-se que cerca de 10% da população mundial sofra de enxaqueca, sendo um pouco mais comum nos Estados Unidos, onde atinge 12% da população. As mulheres são mais afetadas (15%-17%) do que os homens.
Apesar da prevalência da enxaqueca, muitos pacientes não recebem o tratamento preventivo adequado. Apenas de 3% a 13% dos pacientes que necessitam de terapia preventiva estão atualmente em tratamento. A terapia preventiva deve ser considerada quando as crises de enxaqueca recorrentes interferem nas atividades diárias do paciente, mesmo com o tratamento agudo.
O objetivo do tratamento preventivo é reduzir a frequência, duração e intensidade das crises, diminuindo a incapacidade causada pela enxaqueca e permitindo que o tratamento agudo seja mais eficaz. Além disso, os pacientes com enxaqueca frequentemente experimentam uma diminuição substancial na produtividade no trabalho, o que afeta sua qualidade de vida e pode resultar em altos custos financeiros para eles e seus empregadores.
A riboflavina, também conhecida como vitamina B2, tem sido estudada como agente preventivo para enxaqueca. A riboflavina melhora o metabolismo energético do cérebro e tem sido associada à melhora dos sintomas em pacientes com distúrbios mitocondriais. Como alguns pacientes com enxaqueca apresentam disfunção mitocondrial, a riboflavina tem sido investigada em ensaios clínicos para o tratamento preventivo. Estudos clínicos têm mostrado resultados promissores. A riboflavina tem se mostrado eficaz na redução da frequência das crises de enxaqueca, sem efeitos colaterais significativos. Em um estudo americano, os pacientes tratados com riboflavina experimentaram uma redução significativa na frequência das crises, de 9,2 para 2,4 crises por mês. Outro estudo comparou a riboflavina ao valproato de sódio e mostrou que ambos os tratamentos reduziram significativamente a frequência, duração e intensidade das crises, mas a riboflavina teve um risco menor de efeitos colaterais.
É importante ressaltar que a riboflavina não é indicada para todos os pacientes. A escolha do tratamento deve ser individualizada, levando em consideração as características de cada paciente, como a presença de comorbidades. Além disso, é recomendado um período mínimo de três meses de tratamento para avaliar a eficácia da riboflavina.
Se você sofre de enxaqueca e está em busca de um tratamento preventivo eficaz, converse com seu médico sobre a possibilidade de usar riboflavina. Lembre-se de que cada caso é único e o tratamento deve ser personalizado e individualizado
Dr. David Márcio
Neurologista em Campo Grande
CRMMS: 11574
RQE: 6870
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